domingo, 2 de maio de 2010

A PRIMEIRA VÍTIMA

João Rochedo de Ferro mora no distrito de São Pedro. É casado com Maria Frágil da Sensibilidade. Homem da roça, que sempre comeu de tudo, seu João com pouco mais de 42 anos começou a sofrer umas palpitações no peito, calor excessivo, insônia e dores de cabeça. Foi ao médico do posto e o diagnóstico veio rápida: pressão alta. O Dr. receitou uns comprimidos, para tomar duas vezes ao dia e aconselhou uma hora de caminhada diária. "E procure não se preocupar", completou o homem de bata branca. Mesmo seguindo o receita à risca, o diabo da doença continuava a incomodar. Às vezes tinha de ser levado de casa à noite, para o Hospital Dom Moura, distante, para lhe aplicarem injeções e não sei mais o quê, até a bicha baixar.
Esta semana, porém, ligado no Jornal Nacional, João Rochedo ouviu o ministro indicando a solução para seu problema: dançar, fazer exercícios e praticar sexo pelo menos cinco vezes por dia. Estava cansado, foi dormir, com aquela recomendação na cabeça. Ainda conversou com a mulher, sobre o assunto, o remédio, mas pegou no sono. Logo cedo, acordou bem disposto, chamou Marizinha e propôs: Vamos começar! Se esforçou um bocado mais conseguiu se superar. Pela primeira vez em mais de 20 anos de casado teve seis orgasmos. Maria Frágil, ele nem sabia, também nem tinha forças para perguntar. Emborcou e dormiu de novo. Devia estar com a pressão bem baixa. O tempo passou, chamaram, chamaram e não teve jeito. João Rochedo não levantou mais. A pressão baixou pra sempre. "Virgem Nossa Senhora, que remédio forte esse do ministro!" Ainda exclamou chorosa Maria Frágil da Sensibilidade. E assim, nas terras de Garanhuns, aconteceu o primeiro caso de efeito colateral provocado pela dose excessiva do medicamento receitado pelo Temporão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário