segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CANDIDATOS À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

Na época de campanha política os ânimos ficam exaltados. E não pensem que é só nas eleições municipais de Capoeiras, Brejão, Caetés e Paranatama. Os nervos ficam à flor da pele em todo lugar.
Veja o caso dessa campanha presidencial. Às portas do dia da votação tem muita gente precisando de lexotan, chá de chuchu e muito suco de maracujá.
Eu mesmo tenho um amigo, no bairro da Brahma, mas que só toma Skol, que é Dilma Casquete desde criancinha. O coitado está doente, só pensa em política, assiste os programas eleitorais empunhando uma bandeira, como se estivesse em jogo de futebol e fica gritando o tempo todo o nome de sua candidata, como se fosse um fanático torcedor do Flamengo: “Mengo...Mengo...Mengo..., no caso dele Dilma...Dilma...Dilma...
Esse meu amigo, ao assistir o debate entre sua candidata e o Serrote, na Rede TV, ficou em estado de choque. Cada vez que ela gaguejava ou entronchava o olho ele corria o risco de um derrame e foi preciso a mulher estar junto dele, o tempo todo, abastecendo ele não de cerveja e sim de água com açúcar. Quando terminou o bombardeiro, foi preciso levar ele no Dom Moura para tomar uma injeção de Diasepan e mesmo assim ele só conseguiu dormir às cinco horas da manhã.
Já uma amiga de Novo Heliópolis, que está com as ruas irreconhecíveis porque ganharam uma camada de asfalto da prefeitura, é ferrenho eleitor e torcedor do Serrote. Também está a beira de um ataque de nervos, para citar aqui o nome daquele famoso filme que nunca assisti. Essa semana quando saiu uma pesquisa de um instituto meio suspeito aí dando vantagem a Dilma Casquete, minha amiguinha virou-se no magote de coentro. Parecia até a Viviane enfezada quando não atendo as suas necessidades biológicas.
- São um bando de ladrões, de vendidos, querem fazer um presidente nas coxas, essa pouca vergonha tem de acabar - disse, irado. Está convencido de que isso é prática de muchileiro, digo, mensaleiro.
Os ânimos não se exaltam só em Garanhuns não. A irritação e a afobação é nacional. Foi só o Chico Buarque aparecer anunciando apoio a Dilma Casquete, que o famoso compositor viu logo como é que a banda toca. Recebeu esculhambação de todo mundo. Uma fã, no Rio de Janeiro, que tinha todos os seus discos, incluindo os velhos de vinil e os novos em formato compacto, pegou tudo e jogou na privada. Eleitora de Serra, chegou a conclusão de que o artista é um “merda” e prometeu nunca mais ouvir a camisola do dia, parece que era sua música preferida.
Uma outra, de Bom Conselho, com veleidades intelectuais, insinuou que Chico não fazia as próprias composições, classificou ele como escritor pior do que Paulo Coelho e repetiu uma frase bombástica de um colunista da respeitada revista Veja: “Chico Buarque é um idiota público”.
Coitado do Francisco Buarque, vive tão reservado, nunca mais gravou nada, já admitiu até que está meio velho e sem tanta tesão para compor. Mas foi se envolver nesse troço da política e atraiu a ira dos eleitores do Serrote.
- Melhor era ter ficado quieto, matutando o próximo livro e deixar o Lula cuidar da Dilma. Quem pariu a cria que a balance - filosofou Viviane, minha namorada. Embora tenha um pé atrás com a petista, minha amanda não vota no Serra. Acha ele falso, mentiroso e desconfia que não levanta mais nada.
- Imagina se vou votar numa nulidade dessa pra ser presidente - cutuca, maldosa, a Vivi. Mas acha melhor não se envolver muito por isso acha que Chico Buarque escorregou: “Vê se o Amado Batista vai fazer uma besteira dessas”, comparou.
Minha deusa é assim. Vive me matando de vergonha. Peço perdão ao Chico pela comparação.

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