quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

VIVIANE PRESIDENTA


Viviane cada dia me surpreende mais. Minha namorada agora deu para acompanhar as sessões do senado pela televisão, graças as maravilhas de uma antena parabólica que traz o senador José Sarney até a casa onde vivemos amancebados,  no bairro de São José. A Vivi gosta especialmente da senadora Marta Suplicy e adorou o confronto, quase uma luta de boxe, entre a petista e o imortal José Sarney. O bigodudo que já foi presidente da República, fez um governo de merda, mas agora não larga o osso do senado, presidia a sessão e só se referia a sucessora de Lula como presidente Dilma. A Martinha, sexóloga e feminista, tá coroa mais ainda dá um caldo, interrompeu o intelectual do Maranhão e pediu que mudasse o tratamento: "Presidenta Dilma, senador!". O Sarnento, uma das mais ilustres e preparadas figuras da Academia Brasileira de Letras, o verdadeiro Jorge Amado do Maranhão, deu a resposta na bucha: "Eu sempre estou usando a forma francesa: madame le président. As duas formas são corretas gramaticalmente". Lascou-se a Marta, o homem é um gênio e até arranha o francês, nisso muito diferente do ex-presidente Lula que só agredia o português, principalmente quando tomava uma lapadinha para esquecer os ciúmes de dona Mariza, a galeguinha do Brás. Viviane acha que o Sarnento pode ser professor, escritor, gramático, presidente do senado, a peste, mas não pode fazer uma desfeita dessas com a Vera Fischer do senado. 
- As duas formas estão certas por conta do machismo. Porque o mundo é masculino. E pela primeira vez uma mulher se intromete no mundo dos homens. Por que não chamam também minha vizinha Tânia, cabelereira, de cabeleireiro? E quando eu for trabalhar numa casa como doméstica, vão me chamar de que, empregado doméstico? Ah! Aí fica no feminino mesmo porque é uma profissão sem qualificação nenhuma. Feito puta. Se eu fosse uma alguém me chamaria de puto? De jeito nenhum. A Dilma para ser chamada de presidenta terá de governar oito anos e eleger Maria do Rosário para sua sucessora. Quando tivermos uns 20 anos de mandato de mulheres no Palácio do Planalto, a força do uso derrotará o machismo e obrigará os gramáticos a se mexerem...
Juro que esse discurso todo foi da Viviane mesmo. Depois que ela entrou na AESGA, no curso de Direito, está assim, toda intelectual. Vai terminar na Academia de Letras de Garanhuns e quem sabe lá também vira presidenta, tirando o lugar de João Marques. Vai ser uma briga das boas...

Um comentário:

  1. A Viviane está completamente errada. O sufixo ente serve tanto para o gênero masculino como para o feminino. Seu significado é aquele ou aquela que.... por isso, presidente é aquele que preside, estudante é aquele que estuda. O grande fato aqui é que na história tivemos apenas homens na presidência, daí surgiu essa discussão a respeito do gênero da palavra. Mas, estudante, por exemplo, sempre designou os dois gêneros e ninguém nunca pediu para usar estudanta.

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