quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O ACABAMENTO DO MUNDO

Nos boteco da Cohab I, na feira da Ceaga, na lanchonete do Azevedo, nos bares do Brás, na Americanas, no Pérola, no Home Center Ferreira Costa, nas ruas, nos lares e em todo lugar dessa ladeirosa Garanhuns a conversa é uma só: O mundo vai acabar! 

Até a Viviane, minha deusa morena, muito mais bonita do que a da novela, está transtornada com essa história e disse que no salão de beleza do bairro São José tá tudo maluquinha com o possível "acabamento do mundo".

Luíza, Zefinha, Maroca, Joana, Terezinha, Francisca, Silneide, Silmara... Todas essas amigas delas estão angustiadas, tomando chá de camomila e suco de maracujá sem parar.

"Meu Deus eu não vou ver o fim da novela", reclama uma. "Isso é uma desgraça da peste eu vô morrê virgem", reclamou Luíza, a mais novinha delas, que consegue a proeza de se manter cabaço com 22 anos em pleno século XXI.

Vivi também só pensa nisso, ou melhor naquilo.

"Raulzito meu amor, se o mundo se acabar nunca mais a gente vai poder se esfregar nos mato, fazê amor nos moteis, se beijá no Pau do Pombo, tirar um sarro num canto escuro do parque Ocrídio Dorado".

Quando minha amada idolatrada falou isso juro que afroxei e as lágrima rolaro nos meus óio. "Num é a peste mesmo", fiquei a matutá.

Nunca mais vou escrever minhas doideira no Correio Sete Colina, não verei o Náutico ser campeão Pernambucano, humilhando de uma vez só a santinha do pau oco e a coisa.

Não assistirei a recuperação de Garanhuns nas mãos do Izaías Régua. Pense que tristeza saber que a Avenida Santo Antônio não será revitalizada e sim destruída pela fúria dos deuses. Sim, porque para acabá com o mundo acho que não vai ser um Deus só não, acho que vão se juntar todos. Os da antiga Roma, da Grécia, da Índia, dos católicos, espirítas e umbandistas. Será uma pajelança pra cabá com tudo e a gente nem sabe se vai para o céu o inferno.

Num ponto concordo com a senhorita Viviane. O pior é ficar sem o calamengau, sem a vaquetada, o sarro, o orgasmo, a coisa melhor do mundo.

Hoje à noite vou rezar e vou pedir a Nossa Senhora, a Jesus Crito, a Deus e todos os santos. Quero continuar vivo nessa Garanhuns do buracão, da rua da Taba e das Sete Colinas.

Ô mundo por favor não acabe não!

(Dormirei abraçado com a minha Vivi até o mundo se acabar, ou não).

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