Eu e a Viviane fomos no cinema do Eldorado assistir o filme da Bruna Surfistinha. A gente foi afim de ver putaria mesmo, só que chegando lá logo na entrada encontramos com um seleto grupo da Academia de Letras. Eles, todos muito compenetrados (sem duplo sentido) disseram que é preciso prestigiar o trabalho nacional e a interpretação psicológica do personagem. Os intelectuais acham necessário uma análise sociológica e semiótica do produto, de acordo com as demandas fisiológicas e espirituais da massa. Vivi, meio enfezada, pediu para fugir da companhia dos sábios e confessou irritada não ter entendido "porra nenhuma".
- Será que esse pessoal faz esse discurso todo também na hora de trepar? - perguntou minha deusa, já fumaçando por diversos orifícios.
Assistimos o filme, voltamos pra casa e a Viviane me puxou logo para a cama, com o pretexto de comentar a interpretação da Débora Secura. Fez comigo tudo que viu na tela e muito mais, até que desmaei, sem forças de continuar na luta. Riu, com aquele jeito debochado que me reduz a quase nada e ironizou:
- Cuidado pra não entrar na Academia, viu meu bem?!
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