quinta-feira, 8 de julho de 2010

A JABULANI ESTÁ NA FINAL


Não estava nos planos escrever sobre Copa do Mundo outra vez. Mas como o Brasil morreu afogado na laranjada, a Argentina suicidou-se tomando veneno alemão e a Alemanha se engasgou numa tourada espanhola, temos de novamente de abordar assuntos relacionados ao Campeonato de Futebol que se joga na África do Sul e que graças a Deus termina domingo.
O fato é que a Copa de 2010 está empolgante, talvez superando todas as edições desse torneio disputado de quatro em quatro anos. E não é porque vamos ter uma final inédita. Não, é porque desta vez temos um elemento surpresa, uma coisa que está enganando todos os comentaristas, a verdadeira sensação de todas as partidas até o momento.
A sensação da Copa não é um Dunga com seus mil e 800 palavrões e um pedido de desculpas. Não é Maradona dançando, coçando a barba e ainda pensando ser o melhor do mundo, mesmo depois dos 4 x 0 que tomou dos herdeiros de Hitler. Nem mesmo o Roben, correndo todo desengonçado e fazendo gol de cabeça pela primeira vez na vida (e logo contra quem?).
O que mais chamou a atenção não foi a Itália voltando tão cedo pra casa sem ganhar de ninguém, repetindo aliás a façanha da França. Eles se merecem e morreram abraçados cantando a Marselhesa em dois idiomas. A primeira parte em francês e a segunda em italiano, com ajuda dos atores da novela Passione.
A sensação da Copa? Está enganado, não foi o Messi, que não marcou um único gol e ainda dizem ser o melhor do mundo. Imagine se fosse o pior. Não foi o Robinho, muito menos os goleiros frangueiros despachados mais cedo pelo que andaram aprontando numa terra de elefantes, tigres e leões.
A sensação da Copa, a estrela do Mundial da África é a tal de Jabulani, que é nada mais nada menos que a bola escolhida para ser chutada pra lá e pra cá pelos bons e péssimos jogadores das 32 seleções que aportaram no País de Mandela. A Jabulani é foda. Caiu o Brasil, a Itália, a França, a Argentina, a Alemanha, o Uruguai. Foram embora todos e no final só restaram os alaranjados, os toureiros e a bola endiabrada, que tem vida própria, e tudo para se sagrar a verdadeira campeã deste torneio reunindo as melhores e piores seleções do planeta.
A Jabulani é tão inquieta quanto a Viviane numa noite de inverno em Garanhuns. Corre mais do que o Rubinho Barricada, salta, faz curvas inesperadas, pega efeitos desconhecidos, engana os atacantes, os zaqueiros e principalmente os goleiros. Estes deviam até ser perdoados pelos frangos que andaram tomando, pois na verdade não têm culpa. Inventaram uma bola mágica, parece comandada pela varinha do bruxinho Harry Potter e apronta com todo mundo.
De tanto roubar a cena e ofuscar os jogadores, já estão dizendo que a Jabulani não sobreviverá até a Copa de 2014, que pode ser disputada no Brasil, se fizerem os estádios solicitados pela FIFA. Na pisada que vai, sem os governantes se mexerem, vai terminar a Federação Intenacional de Ludopédio (o nome original de futebol, inventado pelos ingleses) transferindo o próximo mundial para Cuba e Fidel Castro ainda estará vivo para dar o ponta pé inicial da competição.
Se o Brasil (o país, não a seleção) conseguir se recuperar a tempo e construir os estádios - e eu acho que seu Luiz da Farmácia podia se esforçar um pouquinho e aproveitar a moleza dos outros governantes. Fazia uma meia sola no campo do Sete de Garanhuns e a gente se credenciava a ser uma das sedes da Copa - parece que vão fazer um concurso para escolher o nome da bola. Isso acontecendo, o Helder Carvalho é um forte candidato, pois foi ele que ganhou o concurso da logomarca do Festival de Inverno.
Desde já defendo que a bola se chame Jabuticaba, que será mais escurinha e mais comportada, em relação à Jabulane. Mais pesada, menos sinuosa, correndo menos, deixará os atacantes a domarem com mais facilidade, errarem menos passes e os goleiros não passaram mais vexames. Jabuticaba 2014! É melhor do que Jabuti, que lembra cágado ou tartaruga e aí fariam uma bola muito devagar. Precisamos mudar, apagar da memória a sensação do mundial da África, mas não precisa exagerar. Fiquemos mesmo com a Jabuticaba, que lembra a fruta pretinha e gostosinha tão apreciada por mim e pela Viviane, quando íamos passear nas tardes de domingo lá no Pau do Pombo.
Prometo na próxima quinzena não falar de Copa. Vem aí o Festival de Inverno, a campanha eleitoral e não faltará assunto para divertir meus amados sete ou 17 leitores.

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