No Rio de Janeiro não tem só balas e tanques nas ruas. Tem muitos gemidos também. Chega imagino a cena, à noite: as pessoas fazendo amor e a radiola de ficha tocando aquela música de Reginaldo Rossi: "Ai Amor... Esse suspiro que vem de dentro...Ouvindo esses teus ais". Na verdade eu não sei a música, mas é um ai-ai-ai da gota serena. Voltando a cidade das drogas maravilhosas, por lá uma síndica de um prédio de cento e tantos apartamentos, uma tenente de nome Rejane do Albuquerque, assinou uma ordem proibindo os gemidos amorosos a partir das seis horas da noite até às oito horas da manhã seguinte. Quem quiser trepar no prédio, a partir de agora, que se comporte, enfie um pano na boca. Viviane, minha namorada do bairro de São José, que é muito escandalosa e mais de uma vez já chamou a atenção das vizinhas com seus exageros, ficou logo preocupada. Ela é meio neura e pensa logo: aconteceu na China, nos Estados Unidos, em São Paulo ou no Rio, vai terminar virando moda por aqui também. "Ô Raulzinho e se baixarem uma ordem dessas aqui também, o que vai ser do nosso amor?", questionou minha deusa. De fato ela tem um pouco de razão, se a moda pega nem nos motéis da cidade mais a gente vai poder extravasar. Ouvir o Reginaldo Rei, soltar o grito de guerra, confessar que está vendo todos os santos do céu e ouvir um gostoso "AI AMOR!!!!!!!!!!!".
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