quarta-feira, 30 de abril de 2014

O DESGASTE DE DILMA E LULA JUNTOS

Pela primeira vez o Raulzito está falando sério, como o Gerson Lima, e por isso passa a palavra, ou o texto, ao jornalista Elio Gaspari que escreveu um artigo impiedoso em cima do PT. A Viviane não entendeu nada, mas fez cara de desespero e comentou: "Isso é nitroglicerina pura". Confira o testículo que assombrou minha amada.

DILMA ENRASCADA

A campanha pela reeleição da doutora Dilma está numa enrascada. Carrega uma cruz do passado (as malfeitorias petistas, do mensalão às traficâncias da Petrobras) e puseram-lhe nas costas outra, do futuro (o “Volta Lula”). Está presa à necessidade de justificar o que não fez e a uma ideia segundo a qual talvez não seja a melhor escolha, nem mesmo para os petistas e seus aliados.
Lula diz que não é candidato, mas comporta-se como tal e faz isso da pior maneira possível, como corretivo aos erros cometidos por seu poste. Na essência do “Volta Lula” há um implícito “Sai Dilma”. À primeira vista, esse movimento oferece um Salvador da Pátria, mas está embutido na proposta também um Salvador do PT.
 
O desgaste de Dilma decorre da exposição de um desgaste do aparelhamento imposto ao Estado. Em menos de um mês abalaram-se duas candidaturas nas quais a nação petista fazia enorme fé. Um só doleiro, veterano de duas delações premiadas, arrastou a campanha de Alexandre Padilha em São Paulo e a de Gleisi Hoffmann no Paraná. Sabendo-se que o partido está sem pai nem mãe no Rio de Janeiro, à malversação de recursos públicos somou-se outra, de votos.

O comissariado afastou-se do deputado André Vargas, mas essa conversão repentina pode ter sido escassa e tardia. Afinal, o PT ainda não conseguiu se desvencilhar do mensalão, hoje transformado na bancada da Papuda. Ninguém pode prever no final de abril o resultado de uma eleição que ocorrerá em outubro, mas alguns indicadores de hoje são claros:

1) A candidatura de Dilma Rousseff está sendo corroída e mesmo uma pessoa que não gosta do seu governo deve admitir que boa parte desse desgaste vem mais da repulsa ao aparelhamento do que a ela.
2) Se a proposição anterior é verdadeira, o “Volta Lula” pode ser tanto um remédio como um veneno.
3) Aécio Neves e Eduardo Campos ficaram na confortável situação de jogar parados. Pouco dizem a respeito do que pretendem fazer, beneficiados pela exposição dos malfeitos do governo. Oh, que saudades da faxina prometida por Dilma.

Não se sabe quem será o Lula que se quer de volta. Sendo uma “metamorfose ambulante”, talvez nem ele saiba. Prova disso está na entrevista que deu em Portugal. Nela disse a coisa, seu oposto e concluiu com uma dúvida.

A coisa, referindo-se à bancada da Papuda: “Não se trata de gente da minha confiança.” Deixe-se pra lá que José Dirceu, “capitão” da sua equipe, não lhe tivesse a confiança.

O seu contrário: o julgamento do Supremo Tribunal Federal foi “80% político e 20% jurídico”.

A dúvida: “Essa história vai ser recontada.”

Ganha uma viagem a Cuba quem souber qual das três afirmações deve ser levada a sério.

Enquanto esteve na oposição, a nação petista cultivou uma sociologia de botequim. Supunha que o tucanato espalhara conexões e interesses capazes de garantir-lhe o controle do Estado. Se os adversários podiam fazer isso, os companheiros também podiam. Daí surgiram Marcos Valério, Alberto Youssef, as empresas “campeãs nacionais”, empreiteiras amigas e a turma das petrotraficâncias.

Lula foi eleito em 2002 porque a invulnerabilidade sociológica do tucanato era uma fantasia. Mesmo que ele saia do banco de reservas e vá para a quadra, as urnas poderão mostrar que a dele também é.

terça-feira, 8 de abril de 2014

ELEIÇÃO E COPA DO MUNDO

Viviane está no ritmo de campanha eleitoral. Embora não seja contra a Copa do Mundo e vá torcer pelo Brasil, no mês de junho, a minha namorada está respirando política dia e noite. “Eu adoro o fuleco, mas num tem coisa no mundo igual a votar”, revelou a loira dos meus sonhos.

Para governador ela já escolheu: vai votar em Armando Pinto do Monteiro e nem quer ouvir falar do Paulo Cama. É que ela tinha um caldo de cana perto do beco do fumo e um dia apareceu um fiscal querendo cobrar imposto. Não tem quem lhe convença que o cobrador era da prefeitura. ‘Isso é coisa daquele cobrador de Eduardo Campos”, repete minha deusa, feito um papagaio, numa coisa meio sem lógica.

Para deputado federal Vivi está indecisa sobre Jorge Corte do Real e Fernando Ferro. “É capaz de eu ficar com o barbudinho de Bom Conselho pra gente ferrar a burguesia de vez”, admitiu, flertando com o pensamento de Paulo Camelo, embora não vote nele.

O seu senador é João Paulo, que tem nome de papa e foi prefeito do Recife. “Esse Fernando além de ser um coelho foi prefeito de Petrolina. Tem comparação governar uma cidade do interior com a capital do meu Estado?”, argumenta em tom de questionamento, sem que ninguém entenda a lógica do seu raciocínio.

Só falta o estadual e ela espera pelo candidato do Iza que não alisa. Acha Audálio muito calmo pra brigar por Garanhuns, mas prefere ele a Sirvino, que na sua opinião deve ir cuidar de Aurora e esquecer política.

Apesar dos olhos verdes de Eduardo, que acha lindos como o mar de Boa Viagem, Viviane é petralha desde criancinha e irá ajudar Dilma a ter mais quatro anos de dores de cabeça.

“Em 2018 eu ainda estou nova e possa ser que dessa vez eu vote em Eduardo”, explica, revelando que no fundo tem uma quedinha pelo ex-governador de Pernambuco.

A eleição vai ser boa. Melhor do que a Copa. É assim que pensa minha amada do bairro de São José.